Deixa para lá!
LIBERTA-TE!
Duração: 5 minutos
Objectivo: Libertar de experiências stressantes diárias
Fonte: Input Sensorial Bilateral (exercício recomendado pelo meu pai) e Programação Neuro-Linguística (PNL)
Exercício:
Passo 1
LIBERTA-TE!
Encontra uma posição confortável e fecha os olhos.
Concentra-te, visualmente, na situação: Onde estavas? Como era esse lugar? O que estavas a fazer? Estavas sozinho/a? Se não estavas, quem estava contigo? O que aconteceu que te incomodou? Como reagiste à situação?
Passo 2
Concentra-te, emocionalmente:
na situação: Qual foi a emoção associada à tua reacção?
Numa escala de 1 a 10, como te sentiste?
Passo 3
Tira uma fotografia mental dessa situação e emoldura-a.
Reduz o tamanho da fotografia e projecta-a, mentalmente, numa tela/parede branca.
Observa-te a uma distância de alguns metros (como se estivesses a assistir ao desenrolar da cena num ecrã de televisão).
Passo 4
Aplica o Movimento Rápido dos Olhos:
Olha alternadamente para a esquerda e para a direita, 12 vezes cada, durante 12 segundos.
Respira fundo.
Passo 5
Abre os teus olhos durante alguns segundos.
Conta devagar, e de forma decrescente, de 5 a 1.
Passo 7
Relembra a fotografia da situação passada que projectaste mentalmente na tela/parede branca.
Relembra os detalhes visuais da fotografia emoldurada e de ti mesmo/a à distância.
Coloca, mentalmente, a fotografia num comboio a viajar para o teu lado direito à distância, e que vai ficando mais pequeno até se tornar num ponto e desaparecer.
Respira fundo.
Passo 7
Verificar:
Numa escala de 1 a 10, como te sentes?
Repete os passos durante 3 dias até te sentires satisfeito/a com a tua posição na escala.
A Minha Explicação
Liberta-te!
Fonte: Programação Neuro-Linguística e Movimento Rápido dos Olhos (sono REM)
Quando experienciamos um trauma, quer seja um pequeno trauma “t” ou um Grande Trauma ”T”o desafio é fazermos com que a nossa mente não fique presa no evento que causou o trauma. Porque se isso acontecer, e como o cérebro não distingue a realidade da imaginação nem distingue o passado/futuro do presente, a nossa mente vai acreditar que continuamos a reviver vezes sem conta o trauma. E quando ficamos presos naquele evento, o cérebro continua a enviar a mensagem ao nosso corpo de que estamos em perigo.E o que é que acontece quando estamos em perigo?
“Assim que reagimos a qualquer condição no nosso mundo exterior que tenda a ser ameaçadora, quer a ameaça seja real ou imaginada, o nosso corpo liberta hormonas de stress para mobilizar enormes quantidade de energia em resposta a essa ameaça.” (Dr. Joe Dispenza em “Como Se Tornar Sobre-Humano”, 2018)
Sabes quando de repente te vem à cabeça algo, ou alguém, do passado que pensavas já ter ultrapassado, levando-te por momentos a pensar“Porque é que estou a pensar nesta pessoa agora?” ou “Uau, há tanto tempo que não me lembrava disto!...”? Bem, o mais provável é que isso não tenha sido ultrapassado..
Então como é que avalias e verificas se ultrapassaste isso completamente? Bem, isto é o que podes fazer: fecha os olhos e, ao relembrar a situação, verifica onde estás tu na situação. Vês-te a ti à distância ou estás a observar a situação através dos teus olhos? Se esta última opção for a tua resposta, então tenho uma informação a dar-te: NÃO ultrapassaste a situação! Para a tua mente é ainda tão real que continuas a reviver a situação, sem ter consciência disso. É como se uma “repetição” estivesse a circular no software da tua mente, presa no tempo, somente à espera que tu (a tua parte consciente) a resolvas e a concluas.
Há alguns truques para a mente que podemos aplicar para que o pequeno trauma “t” não evolua para o grande trauma “T”. E um dos meus truques preferidos é a ferramenta “Liberta-te!”.
Como sou engenheira, gosto de equações. Eis uma das minhas favoritas que me permitiu compreender como posso dar a volta à minha mente nos casos de pequenos traumas “t”:
Captamos o mundo através dos nossos 5 sentidos: visão, audição, tacto, olfacto e paladar. Se durante essa percepção (evento) experienciamos uma emoção, então essa emoção junta-se ao grupo de imagens, sons, sensações, cheiros e sabores que compõem esse evento. A nossa mente guarda toda a informação captada pelos nossos 5 sentidos durante aquele evento e junta também a emoção sentida ao “pacote” daquela memória. É como se tivéssemos a nossa própria base de dados de memórias.
Vejamos o exemplo duma reunião desafiadora que tenhas presenciado: a primeira parte da equação acima refere-se ao lugar onde estavas e com quem estavas (imagem), os sons e vozes que escutaste, a temperatura da sala de reunião (sensação), e ainda qualquer cheiro ou perfume que sentiste. A segunda parte da equação refere-se à emoção que sentiste durante o evento. A combinação destas partes é a tua memória desse evento.
O nosso cérebro é um órgão incrível e complexo, e alguns afirmam que tem mais “interruptores” do que todos os computadores na Terra:
““Uma sinapse, por si só, é mais como um micro-processador (contendo sistemas para o arquivamento e processamento de informação) do que um mero interruptor ‘ligado/desligado’. De facto, uma sinapse pode conter cerca de mil interruptores moleculares. Um único cérebro humano possui mais interruptores que todos os computadores e routers e ligações de internet que há na Terra.” In Em https://www.cnet.com/news/human-brain-has-more-switches-than-all-computers-on-earth/ , Stephen Smith, Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford.
Porém o cérebro não distingue a realidade de imaginação nem distingue o passado/futuro do presente e, no entanto, o que alguns identificariam neste facto como uma limitação do cérebro, para mim é uma vantagem do cérebro.E porque é que é uma vantagem? Porque podemos facilmente “enganar” a mente, até certo nível, do que realmente aconteceu num evento passado. Por isso, na próxima vez que a nossa mente procurar memórias como lições aprendidas, para nos ajudar a lidar melhor com eventos futuros, reencontrará a memória como a reprogramaste. 😉
Na realidade, foi assim que Bandler e Grinder conseguiram ajudar pessoas em todo o mundo com a PNL: Programação Neuro-Linguística “é uma abordagem de comunicação, desenvolvimento pessoal e psicoterapia criada por Richard Bandler e John Grinder, na Califórnia, EUA, na década de 70. Os criadores da PNL afirmam que existe uma conexão entre a parte neurológica (neuro-), a linguagem (linguística) e os padrões comportamentais aprendidos através da experiência (programação), (...).” Em https://www.sciencedaily.com/releases/2018/04/180411090441.htm
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A PNL permite-nos substituir a primeira parte da equação e, até certo nível, toda a equação em si. Esse é o objectivo do exercício “Liberta-te!”. Ao melhorar o início da equação, o resultado final também melhorará. Por isso, na próxima vez que a nossa mente for levada a revisitar alguma memória, e que fique presa num ciclo repetitivo de pensamentos negativos relativos a um evento, já não vai aceder a versão dolorosa inicial dessa memória. E então até poderá acontecer que deixes de te importar com aquela situação. Se isso acontecer, então parabéns! Acabaste de te permitir libertar-te abraçar a paz nessa memória passada.